domingo, 10 de outubro de 2010

Santa Teresinha: do Carmelo ao mundo.

Em outubro a Igreja nos propõe a sempre oportuna reflexão sobre as missões. Esse tema é elemento constituinte de sua própria identidade, isto é, de ser Igreja Missionária. No primeiro dia do mês, a mesma oferece o modelo de Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, ou, como é popularmente conhecida, Santa Teresinha, colocando-a na dignidade de padroeira das missões, não sem um sólido fundamento. De fato, essa santa do século XIX em pouco tempo ficou mundialmente conhecida entre o meio católico e também não-católico, sendo gérmen de muitas reflexões e espiritualidade. É, pois, de grande valia aproveitar da vida e ensinamentos desta, para entendermos melhor a importância da missão para os fieis batizados.
O papa Bento XVI, em sua mensagem por ocasião do Dia Missionário deste ano, fala com um acentuado entusiasmo: “...os homens do nosso tempo, talvez nem sempre conscientemente, pedem aos crentes não só que "falem" de Jesus, mas que "façam ver" Jesus, façam resplandecer o Rosto do Redentor em cada ângulo da terra diante das gerações do novo milênio”. Na santa de Lisieux, sem dúvida, palpitou sempre esse santo desejo, até mesmo de, se preciso fosse, chegar ao martírio pelo anúncio do nome de Jesus. Contudo, manteve-se sempre, durante seu curto período de vida, “escondida” sob as asas carmelitas. Como então, esta jovem religiosa, humanamente tão limitada, atraiu e continua atraindo pessoas do mundo inteiro que são tocadas e levadas a uma experiência com o Cristo? Dessa indagação deriva talvez mais oportuna contribuição que a “santa das rosas” faz à Igreja.
A grande novidade teresiana, que nasce justamente de uma experiência com a sempre nova mensagem evangélica. Esta novidade pode ser obtida pelas palavras daquele que a proclamou Doutora da Igreja: “O próprio Jesus lhe mostrou como haveria de viver essa vocação: praticando em plenitude o mandamento do amor, haveria de imergir-se no coração mesmo da missão da Igreja, sustentando os anunciadores do Evangelho com a força misteriosa da oração e da comunhão.” O que João Paulo II ressalta aqui é a grande dimensão universal que Teresa soube interpretar da vocação missionária. Esta demonstrou que mesmo limitada pelas santas grades do Carmelo, poderia ser missionária autêntica pela forte experiência que fazia com o Cristo Ressuscitado; desta forma, argumentará também o papa, confere a todo o batizado uma faculdade mística de missionário ad gentes.
A oração não exclui a ação. Todavia, não é, absolutamente, nesse sentido que Teresa caminhará. O que a Igreja bem pôde entender de sua interpretação evangélica, foi a primazia do encontro com Jesus que deve estar na vida de todo missionário, dependendo disso os frutos de seu apostolado.
Esse caráter universal que Teresinha dá às missões lhe confere o título de padroeira das missões e, posteriormente, Doutora da Igreja Universal. Sigamos seu exemplo e deixemos nosso coração ser dilatado pelo amor de Jesus Cristo, para, como as palavras de Bento XVI já citadas acima, sermos testemunhas críveis do amor de Deus a todos os irmãos não só pelas nossas sempre limitadas, porém necessárias, ações, mas pelo contínuo abandono, como “criançinhas”, nas mãos do Divino Agricultor, que é primeiro responsável pelo êxito da germinação evangélica no coração humano.

Gerson
Pré-noviço Salesiano



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