quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Adeus Irmão Alcides...



Na noite de 23 de Novembro 2011 faleceu na cidade de Campinas o Salesiano Irmão Alcides Venturi.
Incansável no trabalho e homem de sorriso fácil era bem quisto por todos . Trabalhou por 40 anos no Colégio São José de Campinas, dedicou-se com grande paixão ao Centro Profissional Dom Bosco (CPDB) formando muitas gerações de jovens.

Prestamos nossa homenagem à este grande Salesiano.

Descanse na paz de nosso Senhor...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

E o noviciado está logo ali...

Neste fim de semana em Campos do Jordão (18 a 20 de Novembro), realizamos o último retiro como Pré-Noviços. Os textos lidos durante o retiro, os testemunhos vocacionais da Ir. Salesiana Monaliza e do Pós-Noviço Samir, assim como os momentos de silêncio nos introduziram num profundo clima de oração e tranquilidade, contribuindo para nosso discernimento em vista do Noviciado.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

CARTA MORTUÁRIA Pe. ANTONIO LAGES DE MAGALHÃES


Pe. ANTONIO LAGES DE MAGALHÃES * 1908 + 2011

Comunidade São Joaquim


O velho mestre... este epíteto sintetiza a vida do Padre Lages, estando impregnado de carinho, respeito e veneração, expressando tudo o que ele foi, fez e realizou. A longa vida deste salesiano possui traços que falam por si. Amou sua terra natal e sua família com ufanismo e orgulho.

Amou sua Igreja com paixão de discípulo e a dom Bosco como afeto filial. Esses diversos amores entrelaçados se unificavam num único e absoluto amor: Deus. Padre Lages foi antes de tudo um arauto de Deus para seus familiares, alunos e ex-alunos e seus acompanhantes aos quais não deixava de ensinar um pouco de tudo: valores morais, línguas, ciências, religião... tendo confidenciado em certa ocasião: Deus me limitou a visão, talvez por um desígnio de sua providência, para que, enxergando pouco, eu pudesse ter jovens ao meu redor para educá-los.

Padre Lages foi o homem de conversas agradáveis e zeloso guardião da língua pátria. Nenhum deslize lhe escapava. Sua delicadeza no trato era tal que não dizia que se tinha cometido um erro gramatical, mas, um equivoco. Ancião, vibrava com os novos empreendimentos pastorais, educacionais e religiosos da congregação. Não deixava passar em branco e sem comemoração as vitórias do seu time de coração, o São Paulo, comparecendo ao refeitório com a camisa ou o boné do time.

Aos 101 anos ainda estava preocupado em escrever algo para a juventude. Seus acompanhantes comentam que no meio da madrugada os chama para ditar uma trova, pois o estro continuava mordiscando o ancião, agora mais que centenário, como afirmou no seu ultimo livro, Cinqüenta trovas de um trovador centenário.

A vida do padre Lages foi marcada por convicções profundas, adesão incondicional a Deus, amor filial a Dom Bosco e zelo pela salvação da juventude. Ele faz parte daquele seleto grupo de patriarcas que encarnaram em suas vidas de forma límpida os mais profundos ideais que Deus inspirou ao nosso fundador, Dom Bosco, e do qual foi fiel discípulo e intérprete.

Padre Mário Bonatti, que escreveu esta carta mortuária, conviveu e manteve sólida amizade com Padre Lages por décadas. Nosso muito obrigado pela sua imediata anuência à proposta de redigir essa carta partilhando traços da vida do velho mestre. P. Dilson Passos Júnior – sdb

Diretor

Após a celebração dos seus 102 anos, o P. Antônio Lages de Magalhães vinha decaindo fisicamente embora permanecesse sempre muito lúcido de mente. Acabou ficando de cama a maior parte do tempo. Levantava-se às vezes para as refeições e para a missa e comunhão diária. Depois não se levantou mais e terminou sendo internado na Santa Casa Misericórdia de Lorena onde, veio a falecer.

Às 19 horas do dia 8 de fevereiro de 2011 chegou a triste notícia do falecimento do P. Lages, membro desta comunidade que permaneceu em vigília de oração. Foi um momento de profundo sentimento, reconhecimento e gratidão, pelo dom da vida deste grande salesiano. A missa de corpo presente ocorreu às 14 horas, com a presença de 25 sacerdotes da inspetoria e da diocese de Lorena, três bispos, os salesianos, cooperadores salesianos, ex-alunos e muitos fiéis.

Morreu um grande salesiano, um educador estilo Dom Bosco, um santo sacerdote. Até o fim gostava de fazer o que lhe era possível, tudo sempre bem feito. Influenciou e continuará influenciando muitas gerações de salesianos e ex-alunos com seu exemplo e atitude.

A Comunidade Salesiana São Joaquim de Lorena SP, Brasil, fundada em 1890, expressa sua gratidão a Deus e elaborou uma síntese da vida do P. Lages para levar aos salesianos da Inspetoria de São Paulo, às casas salesianas do Brasil e às sedes inspetoriais da congregação salesiana.

Síntese de uma vida de 102 anos

O P. António Lages de Magalhães nasceu em Apiaí, estado de São Paulo, a 4 de setembro de 1908. Era filho primogênito de Elias Magalhães e Ezídia Martins de Magalhães. Tinha 8 irmãos e irmãs, Elias, Etelvina, Eloísa, Carlos, Gilberta, Dýmpna, Georgina e Edgar.

Estudou no Liceu Coração de Jesus em São Paulo de 1918 a 1921. Foi colega do médico Zeferino Vaz, um dos fundadores da UNICAMP. No início diz ele, pensava em ser médico mas,o ambiente salesiano me envolveu totalmente; ninguém me convidou para ser padre; eu mesmo fui sentindo esse desejo e, em 1922, fui transferido para o aspirantado de Lavrinhas, SP, onde terminei o curso ginasial, fiz o noviciado e a primeira profissão religiosa em 1925. A seguir fiz ali o curso de Filosofia e o estágio pedagógico chamado, na linguagem salesiana, de assistência.

De Lavrinhas, em outubro de 1929 fui enviado para estudar Teologia em Turim, na Itália, onde encontrei estudantes do mundo inteiro. Depois de dois anos, a conselho médico, tive que voltar para o Brasil onde continuei os estudos teológicos no Instituto Pio XI, em São Paulo que naquele ano se abrira na Chácara Santa Terezinha. Fui ordenado sacerdote a 15 de agosto de 1933 em Niterói, estado de Rio de Janeiro onde o primeiro colégio salesiano do Brasil, o Colégio Santa Rosa celebrava 50 anos de fundação.

No colégio de Niterói trabalhei, continua P. Lages, sete anos (1931 – 1940). De lá fui transferido para Cachoeira do Campo onde fiquei de 1941 a 1945 e de lá passei a trabalhar em Ponte Nova, também Minas Gerais de 1946 a 1948. Quando se criou a Inspetoria Salesiana São João Bosco, desmembrada de São Paulo, optei por retornar à minha inspetoria de origem e fui transferido para São Paulo, no Liceu Coração de Jesus onde permaneci por dois anos (1949 – 1950), sempre como diretor de estudos. Em 1951 vim para Lorena, (1951) onde se preparava o início da Faculdade Salesiana de Filosofia Ciências e Letras, ia parte de seu corpo docente na condição de professor na área da Língua Portuguesa. Ali permaneci até o fim da minha vida, aqui vivi muito feliz durante 60 anos sempre como professor e presença salesiana no meio dos alunos da faculdade e do Colégio São Joaquim. A cidade concedeu-me o título de cidadão honorário.

P. Antonio Lages de Magalhães usou em seus escritos muitas vezes o nome de Brasílio Marajá. Com este nome queria significar que ele era brasileiro e com o nome “marajá” queria dizer que era bem brasileiro como a palmeira com este nome. Outro nome que os seus alunos usavam carinhosamente era velho mestre. Ele mesmo criou o nome e acabou sendo assumido por outros.

P. Lages disse que se via como salesiano educador, professor. Ensinava sempre, na sala de aula e na vida. Com delicadeza, ensinava e corrigia tanto Algum erro na língua portuguesa como as normas de educação e a etiqueta. Não admitia que se lesse à mesa nem se levassem problemas para lá. Sempre usou a língua portuguesa, que conhecia profundamente na teoria e na prática, não só para ensinar a língua padrão do Brasil mas para ensinar os alunos a se expressarem bem, com clareza e corretamente.Preparou, durante meses, gerações de missionários argentinos e uruguaios que aprenderam a língua portuguesa antes de partirem para Angola. Lecionou também Inglês e Francês.

Foi escritor de alguns livros e numerosos artigos que publicou nos jornaizinhos que criou e manteve em todos os colégios por onde passou: Folha Colegial em Niterói, Voz do Ginásio em Cachoeira do Campo, Folinha do Colégio em Ponte Nova, O Liceu em São Paulo e Ecos do São Joaquim em Lorena. Produziu as seguintes obras: Florilégio Nacional (2 vol.), Quarto Livro de Leitura, Gentílicos, Boa Linguagem, Dom Bosco – Traços Biográficos, Meu jovem Amigo onde recolheu em síntese algumas de suas celebres boas noites nos internatos onde trabalhou. Traduziu de outras línguas diversas peças de teatro na coleção mensal denominada “Leituras Católicas”: Noturno da meia noite, As bolachas, Vida colegial, Às margens do Rio Azul, Fragata negra, As grandes palavras velhas. Traduziu do italiano também um texto de estudo bíblico chamado Israel. Ultimamente o P. Lages passou a escrever trovas onde sempre obteve ótima classificação na União Brasileira de Trovadores, sessão de Taubaté SP. Da seleção dessas trovas nasceram dois pequenos livros: Um ancião trova e 50 novas trovas de um trovador de 100 Anos.

Em seus livros, no falar cotidiano, nos discursos, nos sermões, e em tudo o que comunicava, P. Lages desenvolveu um estilo breve, sintético, limitado ao necessário. Suas missas também eram assim, breves mas muito dignas e piedosas. Esse era seu estilo, sua marca registrada. Será por isso que escreveu tantas trovas bonitas e cheias de conteúdo? Um exemplo: Porque tanto ódio e sangue? / Quando, meu Jesus, farás/ que o mundo, chagado, exangue,/ desfrute o sabor da Paz? Assim ele escreve um momento trágico de sua vida, em 1936:

Eu não gosto da tristeza. É má e nociva. Tenho-lhe raiva e movo-lhe guerra. Mas às vezes... às vezes...Era o 1º de janeiro. Dia aniversário do papai. Que festa e que reboliço! Às alegrias do Natal que se iam retraindo suavemente, acompanhadas dos sorrisos divinais de Deus-criança, às ruidosas despedidas do Ano Velho,abrindo as alas verdes no Novo que surgia galanteador, a essas alegrias juntava-se a doçura inefável do aniversário de papai... Ah! Que festa! Que encanto! Flores, enfeites e colgaduras não eram nada, ou eram simplesmente uma graciosa moldura para enquadrar o nosso mais fino e mais feliz amor. Que festa naqueles almoços e jantares de 1º de janeiro! Que rítimo novo no pulsar de nossos corações. Num dia assim, – já lá vai muito tempo – eu recebi um telegrama. – Detesto os telegramas! Papai morrera. Morrera, não; mataram-no. Era o dia 1º de janeiro... Ali, porém, não terminei a refeição... Quando de mim dei fé, estava fugido, no quarto, com a cabeça entre as mãos, chorando.Chorando... fazia tanto tempo que eu não chorava. Eram lágrimas de saudade e de carinho ainda. Preito de amor filial. Era o coração a pulsar ao ritmo antigo, recordando os primeiros de janeiro de outrora...

P. Lages nunca exerceu cargo de direção. Foi sempre professor e “conselheiro”, responsável pelos estudos e pela disciplina. Foi sobretudo a presença salesiana contínua entre os alunos. Quando, em 1971, fechou o internato do Colégio São Joaquim de Lorena, o P. Lages foi visto triste pelos pórticos daquela casa salesiana. Era um homem extremamente educado, de fino no trato com as pessoas mas também rigoroso e exigente quando necessário. Cobrava e exigia sempre que achava que era bom para o crescimento dos jovens.

Essa presença carinhosa entre seus alunos deixou neles marcas e amizades profundas. Muitas vezes os seus ex-alunos que passavam pela Rodovia Presidente Dutra entravam em Lorena para visitar o “velho mestre”. Na vida de comunidade nunca falava de seus problemas nem de achaques de saúde. Era um salesiano educador fantástico, preocupado com a qualidade do que fazia. Era, como Dom Bosco, amigo, criativo, original nas boas noites dos alunos internos, que ele dava sempre aos domingos antes do cinema. Criou um personagem que ficou celebre chamado Brederodes. Este era um aluno interno do colégio que recebia cartas de sua mãe, dona Sinforosa, de sua irmã Medeia e da professora Filistroca.

P. Lages manteve também sempre profundas ligações de carinho e comunicação com seus familiares, irmãos e sobrinhos. Lembrava sempre nos aniversários. Eles, retribuíam as delicadezas com visitas frequentes, sobretudo no aniversário.

Sua saúde foi sempre precária mas cuidava dela com carinho. A partir de 1990, após um derrame na retina, foi ficando quase cego e sempre mais surdo, mas sempre lúcido, muito lúcido. Acompanhava a vida da comunidade, os noticiários da TV Canção Nova, as notícias da Congregação Salesiana e da Igreja. Fazia suas refeições com a comunidade do pré-noviciado até os últimos anos de vida. Seu olfato era muito agudo, captava os mais diluídos cheiros do ambiente. Comia, sempre comeu pouco. Como um passarinho. Ou dois! Por muito tempo no café da manhã tomou um chá preto e algumas bolachas. Tinha inscrita, porém, no seu DNA a longevidade. Sua mãe Ezídia faleceu aos 97 anos de idade. Dois irmãos e quase todas as irmãs, viveram mais de 90 anos.

Testemunhos

Agradecemos aos salesianos da inspetoria e quantos enviaram seu depoimento sobre o P. Lages revelando como era querido de tanta gente, esta grande figura humana e salesiana que ele foi.

Escreve P. Justo E. Piccinini: Convivi com o P. Lages quatro anos como padre.ELE ERA UM HOMEM DE DEUS. Alimentava uma união profunda com Deus em todos os momentos de sua vida; basta lembrar a sua constante preocupação em celebrar a Santa Missa para o povo e como se preparava com dedicação. Notava-se essa sua intima união com Deus através das conversas que mantínhamos no dia a dia através da convivência e participação na vida da comunidade.ELE ERA UM HOMEM SÁBIO. Creio que todos os que se aproximavam do P. Lages notavam a sua sabedoria. Não só no conhecimento das ciências mas no bem conduzir a sua vida... Um homem sempre atento às mudanças e aberto a elas sem se deixar abater ou viver resmungando. Apesar da idade acompanhou o avanço do pensamento e das ideias que rodavam o mundo.

ERA UM HOMEM PROFUNDAMENTE SALESIANO. Quem de nós não se lembra do profundo amor do P. Lages para com Dom Bosco? Amor expressado na sua dedicação no trabalho de ensinar e formar as pessoas para a construção de um mundo melhor, nos seus escritos sobre Dom Bosco,no Jornalzinho "Ecos do São Joaquim". Através dele difundiu para os pais, alunos e ex-alunos o amor para com Dom Bosco, Pai e Mestre dos jovens. Dizia publicamente muitas e muitas vezes da sua alegria de ser Salesiano,Filho de Dom Bosco. P. LAGES ERA UM HOMEM EXIGENTE, JUSTO, CORRETO E MUITO BONDOSO. Nos anos em que convivi com o P. Lages sempre o vi como um homem muito correto no que fazia e propunha para os outros, muito exigente, mas sempre justo. A sua exigência sempre vinha marcada pelo desejo de fazer a pessoa crescer, ter uma boa formação, fazer as coisas corretamente.

ERA UM HOMEM FELIZ. A grande lição de vida que me deixou foi a de que ele se sentia feliz, era uma pessoa feliz. Feliz por ser professor, feliz por ser padre, feliz por ser educador e muito feliz por ser salesiano. Junto de pessoas assim e gente procura construir também o próprio caminho de felicidade. Dificuldades sempre surgem, me disse ele um dia, mas diante delas, desanimar jamais. E acrescentava: acreditar em Deus sempre.

Este é o testemunho de D. Hilário Moser SDB: Direi em poucas palavras o que ficou em mim do testemunho de vida do P. Lages. Ele era um homem fiel, no grande e no pequeno; fiel a si mesmo e à sua vocação de cristão, de salesiano e de sacerdote. Era um homem amante da perfeição, por isso exigente (no bom sentido), consigo mesmo e com os outros, com tudo o que é belo e bom. Era um homem íntegro e reto, sem obscuridades, um “verdadeiro israelita”.

Um homem culto e amante do saber, particularmente enamorado pela língua pátria, um bom professor, com algum quê de poeta. Homem gentil, educado, respeitoso, sempre pronto a acolher com fraterna alegria quem o procurasse. Um homem que fez da vida, particularmente na idade avançada com seus achaques, uma oferenda para Deus, em busca da santidade.

Sua morte deixou-nos uma herança que não se pode perder; seu legado não pode ser esquecido ou desperdiçado. O P. Lages é uma árvore frondosa da nossa Inspetoria: é preciso cuidar para que ela continue a produzir flores e frutos.

Ir. Hamilton B. Rodrigues escreveu: Meu contato com P. Lages, na época de formação, foi sempre através de alguma "boa-noite" nos dias de festa em que era convidado a falar para os formandos, sempre com muita profundidade e com grande cunho de salesianidade.

Depois fui conviver com o P Lages já como professo perpétuo (1998-2001), durante três anos em Lorena, onde pude sentir todo o seu carinho para com os Salesianos Irmãos. Sempre tinha um elogio, um agradecimento, uma citação de algum irmão que passou pela sua vida. Ainda nesta convivência aprendi muito sobre as regras gramaticais, pois todos os meus trabalhos de faculdade eram corrigidos por ele. Nesta convivência senti o carinho que demonstrava aos formandos, ao povo em geral, à nossa Inspetoria lendo e fazendo Ler. Quando ficar cego, as notícias vindas das casas salesianas ou do centro inspetorial. Algumas vezes me chamava atenção de alguma faixa ou cartaz afixado nos ambientes do UNISAL com algum erro de Português.

Quero ainda destacar as celebrações eucarísticas de todos os dias onde repasso, no final da missa, com os alunos e com o povo, o Catecismo Católico com precisas explicações.

P. Nivaldo L. Pessinatti, seu ex-inspetor, escreveu: Sempre fui um admirador incondicional do “Velho Mestre”. Seu profissionalismo, sua coerência humana e religiosa, seu inteligente e refinado humor, faziam dele uma pessoa ímpar. Nunca fez pacto com a mediocridade. Nunca desempenhou “poder” mas sempre foi cheio de autoridade.

Em sua existência não acumulou apenas longos anos, mas muita sabedoria! A congregação, a nossa Inspetoria, Lorena, o Brasil e a educação muito devem ao seu dedicado e competente trabalho. O cultivo da língua pátria foi um motivo para que ele fosse respeitado e ouvido, além de tantos outros valores cristãos. Como torcedor do São Paulo Futebol Clube que ele era, tínhamos nossas diferenças que acabavam sendo motivo de grande amizade. Sentia da parte dele um grande carinho comigo, um carinho forte, sincero e salesiano a que procurei sempre responder. Sempre me corrigiu... e me orientou e marcou para o bem. Continuaremos a ter o P. Lages muito vivo em nossa mente e coração.

A sobrinha Maria da Graça: A alma grandiosa do meu tio, padre Antônio Lages habitou por 102 anos um corpo pequeno. Diante de meus olhos de sobrinha, com grande admiração por ele, posso dizer que foi um gigante. Foi gigante na missão de padre e educador. Foi um Tio muito carinhoso.

Foi grande nos exemplos de amor, sabedoria, delicadeza e alegria que deixou para os que cruzaram seu caminho e aos que fizeram parte de sua família biológica. Foi grande quando influenciou e ajudou na construção de vidas, na formação de profissionais éticos, íntegros, conscientes. Suas palavras calaram fundo em nossos corações e seu exemplo está gravado em nossas almas. Sempre esteve presente, fisicamente ou em pensamento, nos momentos mais importantes de minha vida. Na década de 50 morávamos (papai Joaquim, mamãe, meu irmão e eu) em uma fazenda e minha infância foi povoada pelos santos e pelas histórias que chegavam através dos livros enviados por ele. Mamãe os lia à luz do lampião e nossos corações se iluminavam com os exemplos de amor vivenciados por aquelas santas criaturas.

O ex-aluno José Carlos F. Marcondes escreveu: Um grande amigo se foi. Nossa amizade perdurou por 60 anos desde que eu era aluno interno no Colégio São Joaquim. Ele fazia parte da minha família. Não havia uma só vez que, ao passar por Lorena, eu não desse uma parada para abraçá-lo.

Meus amigos todos sempre queriam saber notícias do P. Lages. Muitos deles, que foram conhecê-lo, voltaram encantados com sua cultura, seu bom humor e sua postura religiosa. Sabíamos que éramos lembrados todos os dias na missa rezada pelo querido mestre. P. Lages era muito alegre e espirituoso. Sempre que íamos visitá-lo, ele pedia para lhe contar as novidades. Quando falecia algum colega e eu voltava do enterro, passava por Lorena para lhe contar com quem eu me havia encontrado.

Hoje não tenho mais aquele amigo que rezava por mim aqui na terra, mas tenho certeza que no céu, mais perto de Deus, ele intercede por todos nós.

Tales E. Fernandes, seu secretário: Conheci o P. Lages em janeiro de 1994 e fiquei cuidando dele até o fim de sua vida em 2011. Ele já estava aposentado como professor, mas nunca deixou de ser educador. Sempre me corrigia em tudo, principalmente na Língua Portuguesa. Trabalhava muito.O padre Lages tinha muita vontade de produzir livros. Ele era sem dúvida alguma um jovem num corpo de idoso. Notava-se o seu bom humor contando algumas “piadinhas” para alegrar o ambiente.

P. Lages era sempre muito educado. Nunca falava mal das pessoas. Dizia que quando a gente não tem alguma coisa de bom pra falar de alguém, melhor era ficar em silêncio. Fazia questão sempre de agradecer os trabalhos realizados pelos salesianos, pelas cozinheiras, pelo pessoal da administração e outros. Deixou muita saudade.

Assim testenhou P. Alexandre L. Luiz de Oliveira: Tenho a alegria de testemunhar acerca do nosso querido e saudoso P. Lages. Sinto-me privilegiado por ter tido a feliz ocasião de conviver por duas vezes com ele. A primeira, quando era pré-noviço, estudante de Filosofia. Via no P. Lages duas características que me encantavam: o ser sacerdote e o ser educador! Ele vivia isto com tamanha seriedade, generosidade e fidelidade, que a mim que estava iniciando o discernimento vocacional, foi sempre uma luz no caminho. A segunda vez em que pude conviver com ele, foi quando voltei a Lorena como padre novo, nos primeiros anos de meu sacerdócio. Uma expressão muito feliz que saia sempre de seus lábios e que me enchia de alegria era quando ele dizia: “nestes anos todos, grande foi a consolação que tive de Deus!”

Convivi com o P. Lages durante mais de 50 anos como aluno e com ele professor no C. Unisal. Teria muitas coisas para contar ainda. Esta pequena biografia serve para comunicar à congregação salesiana a vida e a morte deste grande salesiano. É minha homenagem carinhosa.

A carta impressa em língua portuguesa, traduzida e enviada pela internet, em inglês e espanhol às casas salesianas onde não se fala português.

Espero que o rico material escrito que o P. Lages deixou, possa servir para uma futura biografia do grande filho de Dom Bosco.

Mais informações: www.youtube.com

Lorena, Novembro de 2011.

P. Mário Bonatti

domingo, 6 de novembro de 2011

FEST 2011 ....VINDE E VEDE !!

O FEST 2011, com o tema VINDE e VEDE, atraiu centenas de jovens das diversas presenças salesianas pelo estado de São Paulo. Foi um grande reencontro e o coroamento de um ano repleto de desafios e conquistas. A juventude Salesiana deu um show através de apresentações musicais, teatrais,esportes etc... O rosto de Dom Bosco contrastando com o de Cristo reafirmou mais ainda que o carisma salesiano está a cada dia mais vivo e presente nesta sociedade onde não raramente encontramos com inúmeros"santos de calça jeans"
























Pré-Noviços realizam convivência em São Carlos e conhecem casas salesianas em Campinas

PRÉ- NOVIÇOS NA ESTRADA...



Na cidade de São Carlos, os pré-noviços se encontraram com o Pe. Gilberto e toda a comunidade do noviciado Salesiano, para uma profunda experiência de fraternidade.



Bate papo com o assistente de noviços Fabio Aurélio



Passeamos também nas casas Salesianas de Campinas, Liceu e São José !





Comunidade Salesiana São José


Irmão Alcides