segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dom Bosco e os Franciscanos

Na vida dos grandes santos, a presença da mãe na formação dessas extraordinárias personalidades é quase uma constante.
Com Dom Bosco não foi diferente:
João Bosco, que desde cedo mostrou grande interesse e aptidão pelos livros, recebeu estímulo e força daquela camponesa simples e analfabeta.
Foi estudar com o Padre Calosso, que ficara admirado com a dedicação, a força de vontade e a prodigiosa memória do garoto.
Para completar os estudos no seminário, dom Bosco foi sapateiro, garçom, alfaiate, e até deu aulas à noite para os colegas.
Não foram poucos os sacrifícios, desafios e provações pelos quais passou Dom Bosco em cada passo que dava.
Agora, com 19 anos, devia decidir que caminho tomar.
Se pudesse entraria para o clero diocesano, mesmo não sentindo atração pela vida paroquial. Queria ser padre para cuidar dos jovens. No fundo, o problema eram as taxas, os altos custos dos estudos. Não achava justo exigir mais estes sacrifícios da mãe e do irmão José. Nem eles querendo os podiam fazer. Mantinham porém, a fé em Deus. Alguma luz havia de acender.
O convívio com os Frades Franciscanos do Convento da Paz, pareceu atrair-lhe para a vida religiosa. Ainda mais que os Frades o acolhiam de braços abertos, dispensando toda questão financeira.
Mas outra vez um sonho alertava Dom Bosco de que no Convento da Paz ele não encontraria a paz. Margarida foi comunicada, deveria dissuadir o filho de dar este passo. Sobretudo porque, sendo pobre e com o avançar da idade haveria de precisar do amparo do filho que só viria caso tornasse Padre e não como Frade.
Naquela época, procurar o seminário, era buscar uma segurança econômica. Era alcançar junto à famílias ricas o papel de mestre, preceptor, ou ainda, engajar-se como professor bem remunerado nas universidades. Muitos se ordenavam sem o mínimo de vocação. Daí advinham escândalos, egoísmos e ganâncias de riquezas e poderes.
Margarida tinha, na sua simplicidade de humilde lavradora, o dom do discernimento, que o espírito de Deus lhe infundia.
Iluminada por Ele, nunca poderia aceitar ver o filho como um sacerdote indigno.
Margarida rezou, refletiu e decidiu. Teve com o filho um diálogo célebre:
__ É verdade que queres ser religioso?
__ Sim, mamãe. Creio que não vai se opor.
__ O que quero é que examine seriamente o passo que você quer dar. Depois siga a sua vocação sem se preocupar com ninguém.
__ A primeira coisa é a salvação de sua alma. O pároco está pensando na necessidade que eu possa ter no futuro. Mas nessas coisas eu não entro, pois antes de tudo está Deus Não te preocupes comigo. Eu, de você, não quero nada. Escute bem.
Nasci na pobreza, tenho vivido na pobreza, quero morrer na pobreza. E guarde bem o que te digo: Se você decidir ser Padre diocesano e, por desgraça, um dia se tornar rico, eu jamais irei visitá-lo. Lembre-se bem disto.
A atitude de Margarida te uma conotação profunda com a sua fé e o seu conceito do sacerdócio
Dom Bosco formou-se com muito esforço e naquele dia, a mãe, esta admirável camponesa modesta e rude, ainda lhe disse:
__ Meu filho, agora que você é padre, pense só em ajudar os outros que não tiveram a sua sorte.
Não se preocupe comigo. Nossa Senhora tomará conta de nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário