Uma vida começa com a missão
Começo essa historia me apresentando: sou Fernando,
tenho 26 anos, formado como tecnólogo pelo Senai e trabalho há 6 anos em uma
empresa de são Carlos. Namoro há 5 anos e hoje sou noivo. Já fui catequista por
2 anos e coordenador de um grupo de jovens da minha Paróquia. Hoje frequento as
missas aos domingos e também participo do grupo missionário salesiano onde sou
o coordenador. Mas o que importa é como tudo começou ...
No final de 2004 eu participava do grupo de
jovens da minha paróquia onde também participavam os seminaristas salesianos e
através deles eu e mais 4 jovens fomos convidados a participar de uma semana de
missão em Guarujá. Eu não tinha tanta noção de como seria, mas aceitei!
Minha primeira semana missionária eu nunca
irei esquecer; foi como um impacto na minha vida. Eu estava entrando na
juventude e tinha tantos outros caminhos para seguir, mas eu escolhi seguir a
Jesus. A vida para mim começou a ter um sentido muito grande nesta semana
missionária, onde tive uma experiência muito forte do que é levar a Palavra de
Deus às pessoas. Eu imaginava que ser missionário era algo só pra “velhos”, mas
“cai do cavalo” ao ver tantos outros jovens iguais a mim com o mesmo propósito
de vida. Isso me fez acreditar que o jovem tem tanta coisa boa a oferecer para
o próximo, só que não sabem como fazer. Por isso a semana missionária é uma
grande porta para os jovens ou quem queira ser um verdadeiro missionário.
Ao voltarmos para casa decidimos montar um
grupo de jovens missionário chamado GAM (Grupo de Animação Missionária ) e
através deste grupo pudemos ter muitos anos de missões!
Ao longo de semanas e mais semanas
missionárias percebi que fui crescendo espiritualmente e pessoalmente. As
experiências vividas é como um combustível para mim; parece que quanto mais ...
melhor. Foram muitos os testemunhos de vida que presenciei. Parecia que a cada
visitação às famílias, ou até mesmo nas brincadeiras, Deus estava ali e
conversava comigo. Há muita coisa a que dou valor hoje porque as experiências me
mostraram o quanto sou “rico”! Rico por ter um teto, uma família, um emprego,
ter o que comer no dia seguinte. Em uma visita que fiz na primeira semana missionária
conheci uma família que estava há 3 dias sem comer nada. Quando cheguei naquela
casa eles tinham acabado de ganhar um saco de arroz, mas mesmo assim eles me
ofereceram aquele pouco que tinham, e por isso dou valor ao que tenho.
Mas a semana missionária é apenas uma semana.
Dizem que é fácil ser santo onde só há santos. Mas o que é preciso é ser
missionários constantemente, no dia a dia, no trabalho, na escola, em casa,
seja onde for e como for nós temos que
anunciar a salvação que Jesus Cristo nos trouxe. Lembro-me de uma vez que ia
trabalhar e levava comigo um livro chamado
“Alguém já disse que te ama hoje”. Eu já o tinha lido por inteiro. Só
levei para lê-lo novamente, pois é muito bom. Sempre ouvia meu chefe dizendo
alguns palavrões e ele sempre tinha problemas pessoais. Percebi que não podia
me omitir em falar algo para ele. Como não tinha tanta afinidade com ele,
resolvi deixar o livro em cima da mesa, onde ele pudesse ver. Quando ele entrou
onde eu estava acabou avistando aquele livro e me perguntou sobre o mesmo. Falei simplesmente que ele poderia lê-lo e depois me devolver. Depois de umas 3 semanas perdi o
emprego. Não sei se o meu ex-chefe tinha lido ou não, e também não fiquei
sabendo se ele parou de falar palavrões, e se conseguiu resolver seus
problemas. Só sei que de alguma forma eu
fiz algo para ele.
As vezes não basta anunciar, mas fazer algo pelos outros!
Ser um jovem missionário nos dias de hoje não
é fácil, ainda mais sabendo que são poucos os jovens que querem realmente
seguir esse caminho. O bom é que não me sinto como alguém que só transmite, mas
alguém que recebe muito mais do que mereço...
Gostaria muito de poder falar tudo que passei
ao escolher ser um jovem missionário; mas eu só digo uma coisa: o negócio é
fazer a experiência...
Fernando da Silva Otoni
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